Arábia Saudita sob o olhar de Sidney Alonso 

Na indústria de viagens e eventos, nada substitui a vivência real de um destino. Recentemente, Sidney Alonso embarcou em uma viagem de inspeção à Arábia Saudita, um dos destinos mais intrigantes e ainda pouco explorados por viajantes da América Latina. Acompanhado de sua esposa, Priscila, Sidney vivenciou o destino sob diferentes perspectivas — a profissional e a pessoal — algo que enriqueceu ainda mais a avaliação do potencial saudita para o turismo. 

Conversamos com Sidney sobre sua experiência no destino e os aprendizados que podem inspirar agentes de viagem e planejadores de eventos a olhar com atenção para essa nova fronteira. 

1. O que mais te surpreendeu na Arábia Saudita, especialmente com o olhar de um profissional da indústria de eventos e incentivos? 
Sidney: O que mais me surpreendeu foi a rapidez com que o país está se estruturando para receber o turismo internacional. Há uma combinação fascinante entre tradição e modernidade — visível nos espaços, nas experiências oferecidas e no cuidado com os detalhes. A Arábia Saudita se posiciona como um destino de alto padrão, com uma proposta fora do óbvio — exatamente o que buscamos para nossos clientes. 

2. Como foi a recepção e a hospitalidade durante a viagem? O que podemos esperar em termos de infraestrutura e serviços? 
Sidney: Fomos recebidos com uma hospitalidade genuína, que me lembrou muito a receptividade de destinos árabes como Jordânia e Omã. A infraestrutura impressiona: aeroportos modernos, trens de alta velocidade e hotéis cinco estrelas. Marcas internacionais como Four Seasons, Banyan Tree e Mövenpick estão presentes, além de marcas locais como Desert Rock e Shebara. 

3. Quais regiões ou cidades você visitou e como elas se diferenciam entre si? 
Sidney: Chegamos ao país por estrada, partindo de Aqaba, na Jordânia, e desembarcando em Tabuk. Visitamos Riyadh, Jeddah, AlUla, Wadi Disah e Medina. Riyadh é a capital e centro político-corporativo; Jeddah tem um charme à beira-mar e uma cena cultural vibrante, com projetos ambiciosos como a Jeddah Tower. AlUla é um espetáculo à parte — arqueologia, arte e natureza no deserto, ideal para experiências transformadoras. 

4. Quais experiências você destacaria como inesquecíveis ou autênticas para um grupo latino-americano? 
Sidney: Explorar AlUla, com suas mais de 100 tumbas preservadas, é inesquecível. A natureza também impressiona — especialmente Elephant Rock, com sua altura imponente, e os cânions de Wadi Disah. 

5. Em termos logísticos, como estão os acessos ao destino? Voos, vistos, deslocamentos internos etc.? 
Sidney: O país tem investido fortemente em conectividade. Já existem voos diretos de cidades como Dubai, Doha e Istambul, por onde chegamos. Trens de alta velocidade ligam cidades como Jeddah. A questão do visto ainda é um desafio: viajantes da América Latina precisam passar pelo processo via embaixada. A boa notícia é que quem tem visto americano ou passaporte europeu pode solicitar o e-visa online. 

6. O que mais chamou a atenção nos investimentos em turismo, como NEOM, AlUla e os resorts no Mar Vermelho? 
Sidney: O nível de ambição é impressionante. NEOM parece um projeto futurista — e as obras já estão em andamento. AlUla é uma realidade: veículos modernos, hotéis de alto padrão e estruturas como o Maraya, o maior espelho arquitetônico do mundo. No Mar Vermelho, resorts exclusivos como o Shebara já estão operando, embora não tenhamos conseguido visitar devido às condições climáticas. 

7. Você enxerga a Arábia Saudita como um destino pronto para o mercado latino? Há algo que ainda precisa amadurecer? 
Sidney: Sim, o destino já está preparado para receber grupos exigentes. No entanto, é essencial alinhar expectativas culturais. Embora o país esteja se abrindo rapidamente, normas e costumes devem ser respeitados. O consumo de álcool, por exemplo, ainda é proibido, mesmo para turistas — um ponto de atenção ao planejar roteiros. O trabalho de um DMC é essencial. O destino está pronto, mas ainda em processo de refinamento na comunicação e na adaptação ao nosso estilo latino. 

8. A Priscila, sua esposa, te acompanhou nessa viagem — e sabemos que a experiência feminina na Arábia Saudita ainda gera muitas dúvidas. Como ela vivenciou o destino? 
Sidney: A Priscila ficou impressionada com a gentileza com que foi tratada. Em nenhum momento se sentiu desconfortável ou insegura. A liberdade de circulação foi total e o vestuário nunca foi um problema. Visitamos restaurantes, museus, mercados, e ela interagiu livremente com guias e anfitriões, sendo curioso notar que a esmagadora maioria ddos atendentes em restaurantes e hotéis eram mulheres locais. Foi uma experiência rica também para ela, sob um olhar mais pessoal e humano. 

9. Pensando no segmento MICE, você acredita que a Arábia Saudita já está preparada para projetos desse tipo? Qual seria o tamanho ideal de grupo? 
Sidney: Sim, especialmente para grupos pequenos e médios que buscam exclusividade e experiências fora do comum. Diria que o tamanho ideal, neste momento, está entre 20 e 40 pessoas. A estrutura comporta eventos maiores, mas, considerando distâncias e a conectividade entre cidades o ideal é apostar em grupos mais compactos e atentos aos detalhes. 

10. Qual seria o perfil ideal de grupo para vivenciar a Arábia Saudita hoje? 
Sidney: Grupos om interesse cultural e religioso, viajantes curiosos, aventureiros e com espírito inquieto. É um destino para quem já conhece os clássicos e busca algo novo. Executivos em busca de imersão cultural, grupos de incentivo que valorizam autenticidade, e até grupos femininos — desde que bem orientados — têm muito a ganhar. É o tipo de viagem que transforma e deixa marca. 

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